segunda-feira, 16 de outubro de 2017

E as ondas gravitacionais continuam fazendo a alegria da galera!

E aí, gentes?

Alguns talvez tenham ouvido o burburinho, mas ao longo da última semana a comunidade científica (em especial a astrofísica) estava em polvorosa: o pessoal dos dois grandes laboratórios detectores de ondas gravitacionais (VIRGO e LIGO) tinham anunciado uma conferência de imprensa conjunta pra hoje, pra divulgar a detecção de algo que nunca tinha sido visto antes.

O auê foi enorme: desde gente prevendo que tivesse a ver com aliens (extremamente improvável, já que ondas gravitacionais são boas pra "enxergar" coisas MUITO massivas - o tipo de coisa que não combina com vida) ou com viagens temporais (isso já poderia ser) até gente (eu, por exemplo!) achando que pudessem ter visto algo além do limite permitido com fótons (chamado de "desacoplamento de fótons" - em breve faço uma postagem explicando isso, mas a ideia é que o universo só se transformou em transparente para fóton a partir de uma certa idade, de modo que coisas mais antigas que isso não podem ser vistas pelos meios convencionais)...

Enfim, não era nada disso - era algo menos espetacular, mas nem por isso menos legal: pela primeira vez até hoje, os detectores de ondas gravitacionais e de fótons "enxergaram" o mesmo evento: uma colisão de estrelas de nêutrons. Acontece que até agora as ondas gravitacionais só tinham sido detectado colisões de buracos negros que, por definição, não emitem radiação gama (já que ela é "sugada" pelos buracos negros). Dessa vez, com a detecção simultânea, a comunidade científica pode testar várias hipóteses, inclusive a mais importante delas: que as ondas gravitacionais se propagam à mesma velocidade que a luz (o que tinha sido previsto por Einstein em 1915 e, essencialmente, demonstra que as ondas gravitacionais não podem ter massa).


Ah, sim... você ficou curioso pra saber o que é uma estrela de nêutrons? Aguarde as cenas do próximo capítulo... ;-)

PS: já está no ar, aqui!

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